A ILTM,
dona de um robusto portfólio de eventos para o segmento de viagens de luxo em
todo o mundo, incluindo São Paulo, sabendo do potencial da indústria de Viagens
e Turismo como distribuidor de riquezas e catalisador de mudanças e incentivos
à economia, encomendou um relatório à Barton Consulting para sustentar o
verdadeiro valor das viagens de luxo para pequenas, médias e grandes empresas
em todo o mundo.
O relatório traz clareza sobre os números do segmento e a
contribuição dos viajantes de alto poder aquisitivo (são 22,8 milhões de HNWI – high net-worth individuals, em inglês) a
todos os setores e é explicado em um podcast intitulado “O verdadeiro
impacto das viagens de luxo nos negócios e no emprego”, que também gerou
um white
paper.
No podcast, o autor do relatório, Winston Chesterfield,
explica como tão poucos podem causar um impacto econômico tão grande ao
espalhar sua riqueza para beneficiar economias, comunidades, indivíduos e
empresas locais. Ele explora como esses indivíduos HNW, que controlam fortunas
avaliadas em US$ 94 trilhões, serão os primeiros a iniciar o setor após a
pandemia de covid-19 e por que a riqueza que eles controlam é vital para a
economia.
“Queríamos contribuir com nossa indústria e fornecer
algumas novas informações, fatos e números que, esperamos, consolem aqueles que
sofreram e sofrem em nossa indústria. Quando for a hora certa, um novo futuro
surgirá e a ILTM estará aqui como catalisador, por mais que essa jornada
demore”, afirmou a diretora de portfólio da ILTM, Alison Gilmore.
O relatório
da Barton Consulting indica que 105,9 milhões de pessoas são diretamente
empregadas em Viagens pelo mundo. E dos 50 países que mais recebem turistas no
mundo, a média de contribuição do setor para o PIB é de 10,9%. Em alguns casos,
como na Croácia (24%) e Tunísia (16%), os índices são ainda maiores. Na França,
país mais visitado do mundo, o setor contribui com quase o dobro do setor
automotivo, que, mundialmente, é duas vezes maior que o Turismo.
Embora os indivíduos HNW compreendam apenas 0,3% da população
global, a riqueza que eles controlam (US$ 94 trilhões) e seus altos gastos
sustentam os meios de subsistência desse incrível número de empresários e
indivíduos.
O PODER DO
LUXO
O setor de luxo está avaliado em US$ 2,05 trilhões, informa a
Barton Consulting. Os viajantes afluentes gastam US$ 507,6 bilhões somente em
passagens aéreas e hospedagens por ano (de um total de US$ 1,4 trilhão). O
restante é gasto nos demais serviços e produtos do ecossistema de viagens de
luxo, como gastronomia, tours, cultura, transporte terrestre, atividades
esportivas e spas (o white paper da ILTM mostra o impacto da crise e a
contribuição do viajante de luxo em várias dessas atividades). O ecossistema
global de atividades de viagens de luxo é avaliado em US$ 1,54 trilhão (sem
contar aéreo e hospedagem) e fornece empregos para mais de 62 milhões de
pessoas em todo o mundo.
Por exemplo, dos US$ 292 milhões que o torneio de Winbledon,
cancelado este ano, movimenta, 20%, ou US$ 62 milhões, vem de viajantes
internacionais. Em atividades culturais, como museus e espaços de arte, além de
parques naturais e temáticos, o impacto da paralisação das viagens de luxo é de
US$ 31 bilhões; somente com shows, teatros e óperas, as perdas são de mais US$
1,4 bilhão (que é o consumo dos viajantes afluentes nesse setor de performances
ao vivo). E na gastronomia, US$ 113 bilhões são gastos pelos viajantes HNW
(cerca de 40% do total gasto por viajantes internacionais com alimentação em
suas viagens).
O
segmento seria classificado entre os dez primeiros se fosse um dos países da
economia global, à frente da Itália, por exemplo; e é consideravelmente maior
do que vários outros setores globais de bens e serviços, como eletrônicos de
consumo e varejo de moda.
As viagens de luxo são um componente vital na distribuição de
riqueza em todo o mundo: as economias locais dependem de viajantes de luxo para
artes, cultura, restaurantes, guias, eventos esportivos etc; concluiu o
levantamento.
PERFIL DO
VIAJANTE HNW
Os
viajantes afluentes, com fortuna de mais de US$ 1 milhão, estimados em 22,8
milhões em todo o mundo, são os mais cobiçados e desejados viajantes globais.
Eles tendem a reservar viagens mais longas, meios de hospedagem de alto luxo e
estão mais propensos a usar os assentos premium nas companhias aéreas. Seu
poder de compra no ecossistema de atividades também é formidável: somente no
setor de experiências de luxo em alimentos e bebidas esses viajantes contribuem
com metade dos gastos (a outra metade vem dos consumidores locais, que não
precisam viajar para acessar os restaurantes e bares de luxo).
Além de usufruírem desses produtos e serviços, esses
viajantes afluentes ajudam milhões de empreendedores ao redor do mundo a
manterem seus negócios, de todos os tamanhos. Teatros, fornecedores de esportes
aquáticos, donos de restaurantes, instrutores de ginástica, entre outros, são
diretamente afetados pelos viajantes domésticos e internacionais de luxo e em
alguns casos estão focados neles 100% do tempo.
“Em uma época em que nossas atividades globais estão
paralisadas e sendo erodidas, nunca antes estivemos tão alertas quanto ao que
elas podem gerar”, diz a ILTM no estudo.
Por Victor Fernandes | Panrotas