Roy Taylor
O mundo está parado. Sabemos, no entanto, que trata-se de uma situação transitória. A pandemia de covid-19, que toma conta do mundo, terá sim um fim, embora não se tenha como prever exatamente quando. Líderes mundiais já se reuniram preocupados com a possível depressão da economia nos próximos meses e pediram providências aos governos. Diversos países já deram respostas para garantir empregos e preservar as empresas. Por aqui, as ações ainda são tímidas e, quando se fala no turismo, é perto de zero.
Primeiro setor a sofrer, o turismo já sentiu os efeitos da crise antes que o número de infectados começasse a subir no brasil e que estados e cidades decretassem quarentena. Isso porque destinos já estavam fechados, voos sendo cancelados e os clientes já não queriam mais viajar. A agonia começou em fevereiro e as empresas do setor já passavam por dificuldades no início de março. Portanto, o turismo tem pressa!
Por enquanto, grandes empresas, com caixa seguro, estão se segurando, uma vez que as viagens não deixarão de acontecer. Na hora da retomada, quem tiver mais fôlego, andará mais rápido e poderá ganhar participação de mercado. Mas esta não é uma realidade para todos. Formado, na sua maioria por pequenas e médias empresas, o nosso trade precisa de ajuda. Desde agências e operadoras até hotéis e companhias aéreas – estas já atendidas em algumas demandas – precisam de uma resposta rápida e assertiva para seguirem existindo.
Não há muito para se pensar ou negociar. O governo precisa injetar recursos e dar saídas para a crise o quanto antes. Não é possível ficar em compasso de espera, pois a medida que a crise se alonga, a situação vai ficando cada vez mais insustentável. Mais uma vez, o turismo vem sendo deixado em segundo plano.
O turismo é responsável por cerca de 8% do pib brasileiro, gerando algo em torno de 7 milhões de empregos. No ano passado, o setor cresceu 2,2% – praticamente o dobro do país. Uma indústria com tantos resultados positivos e com um potencial gigantesco no brasil não pode estar fora do radar do governo neste momento. A continuar assim, o efeito desta crise será muito mais devastador do se está prevendo neste momento. E o culpado não será o vírus.
*Roy Taylor é fundador e presidente do Mercado & Eventos
Fonte: Mercado & Eventos