No início de março de 2020, a ocupação da rede hoteleira
carioca estava em torno de 70%. Em abril, este índice caiu para 5% e os hotéis
começaram a fechar as portas. Em maio, já eram cerca de 90 hotéis e albergues
fora de operação e mais de 25% dos postos de trabalho suspensos, permanente ou
temporariamente. Cerca de sete hotéis fecharam as portas em definitivo. Mais de
um ano depois, a hotelaria carioca chega a março de 2021 com ocupação média de
20% e prejuízo acumulado de R$ 1,6 bilhão, segundo levantamento da Hotéis Rio.
CAMINHO
DE ALTOS E BAIXOS
A reabertura dos hotéis começou timidamente em
junho de 2020, mas ganhou força a partir de agosto. A retomada, conforme
perspectivas do trade de Turismo, se deu pelo Turismo doméstico, em viagens
rodoviárias e em núcleos familiares. Neste cenário, os hotéis do interior do
Rio de Janeiro se destacaram com altas ocupações – respeitando a capacidade
permitida – especialmente nos fins de semana. Mesmo com a suspensão dos eventos
corporativos, houve aumento na demanda durante a semana em função da suspensão
das aulas e do trabalho remoto.
Além dos selos estadual e municipal de orientação dos
protocolos sanitários de prevenção à covid-19, no final de 2020, a hotelaria
esteve envolvida em campanhas promocionais voltadas para o público interno
(“Redescubra o Rio”) e principais mercados emissores (SP e MG – “Mais Rio por
Menos”), com o objetivo de reforçar a marca Rio na preferência dos viajantes.
O atual cenário da pandemia traz apreensão para a
hotelaria com a chegada da baixa temporada do Turismo que, até então,
acreditava-se que poderia ser salva pelo segmento corporativo, o que não se
consolidou em função das medidas restritivas. No fim de março, para conter o
avanço da doença no município, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou
restrições mais rígidas, em que apenas serviços essenciais puderam funcionar
durante um período de 10 dias. O decreto continuou a permitir o funcionamento
dos meios de hospedagem, porém com o serviço de alimentação restrito aos
hóspedes.
PEDIDO
DE SOCORRO
“Nós estamos em uma situação extremíssima, então,
não restaria outra solução senão enfrentarmos esse novo fechamento das
atividades. A liberação dos hotéis ameniza o nosso setor, mas com a cidade
fechada, não muda muito o cenário. Continuamos hospedando pessoas que estão
embarcadas em plataformas e muitos profissionais de saúde, atuando como uma
atividade fundamental neste momento. Estamos conscientes que vamos funcionar
com ocupações muito baixas, e não poderia ser diferente. Para isso, esperamos
ter alguma contrapartida dos governos federal, estadual e municipal quanto à
não cobrança de impostos ou uma postergação, já que dez dias em 30 dias é um
terço de nossa receita. Mas, o mais importante agora é que todo esse esforço
signifique uma queda nos casos de covid em nossa cidade”, disse o
presidente da Hotéis Rio, Alfredo Lopes.
Segundo a Hotéis Rio, houve queda drástica nos
índices de ocupação em função do congelamento do mercado internacional e
corporativo e das restrições nos atrativos turísticos, além dos próprios
destinos emissores de lazer, como Minas Gerais e São Paulo, o que naturalmente
desestimula os planos de viagens. Em março deste ano, a ocupação média girava
em torno de 35% e 40%. Este índice desabou para cerca de 25% logo após o
anúncio das restrições, que envolveram praias, shoppings e atrativos
turísticos, e na última semana do mês ficou abaixo dos 20% na maior parte dos
hotéis apurados. Ainda segundo o sindicato, a rede hoteleira já contabiliza um
prejuízo acumulado no último ano de, aproximadamente, R$ 1,6 bilhão.
Fonte: Panrotas